Um poeta e um poema por dia - XIII
"Canção à AusentePara te amar ensaiei os meus lábios...
Deixei de pronunciar palavras duras.
Para te amar ensaiei os meus lábios!
Para tocar-te ensaiei os meus dedos...
Banhei-os na água límpida das fontes.
Para tocar-te ensaiei os meus dedos!
Para te ouvir ensaiei meus ouvidos!
Pus-me a escutar as vozes do silêncio...
Para te ouvir ensaiei meus ouvidos!
E a vida foi passando, foi passando...
E, à força de esperar a tua vinda,
De cada braço fiz mudo cipreste.
A vida foi passando, foi passando...
E nunca mais vieste! "
Pedro Homem de Mello, in "Segredo"
Desde jovem que gosto de Pedro Homem de Mello! Ainda antes de Anália Rodrigues cantar os seus poemas.
ResponderEliminarO pai do meu genro é natural de Afife, terra onde o Poeta viveu durante largos anos. Conta-se - à boca pequena - uma alegada história de amor entre ele e a avó do meu genro...mas isso não vem ao caso!
O que vem ao caso é que eu gostava imenso de ver o programa da RTP nos anos 60, apresentado por ele. Se a memória não me falha abordava a temática do folclore minhoto e, claro, falava sobre poesia.
Este poema tem um certo sabor à Serra D'Arga e às águas frias, mas límpidas, de uma nascente onde passei alguma tardes de Verão, com a minha gente.
Mais um belíssimo poema, António.
Um beijo.
Janita