Um poeta e um poema por dia - IV
Hoje, dia internacional da Mulher, um poema de David Mourão-Ferreira:
"Ternura
Desvio dos teus ombros o lençol,que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós! "
David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal"
Felicito-o pela escolha do poema, António!
ResponderEliminarJá o conheço, mas é sempre um prazer relembrar esta 'Ternura' tão arrebatadora do David Mourão Ferreira.
Pela parte que me toca, neste Dia, agradeço o mimo!
Um beijinho.
Janita
PS. O carro passou na Inspecção!! :)
O David Mourão-Ferreira é um poeta que sempre admirei, talvez por, quando eu era um miúdo, ele ter sido meu Professor (excelente) de Português.
ResponderEliminarUma beijoca e uma boa noite-
António