quinta-feira, 3 de junho de 2010

Perigos do estacionamento...

Na Praia do Rei, uma das muitas situadas entre a Costa da Caparica e a Fonte da Telha, há um parque de estacionamento pago, gerido pela ECALMA, EM. O acesso ao referido parque faz-se através de um único caminho, de terra, que vem da estrada Costa - Fonte da Telha e que é estreito para tanto tráfego no período de Verão. Este acesso, nos dias feriados, sábados e domingos, é invadido por toda a gente que quer evitar o pagamento do estacionamento no parque pago (€1,20 / dia ou € 0,40/ hora) e estaciona arbitràriamente dos dois lados do referido caminho, tornando o acesso ao referido parque e às praias seguintes um verdadeiro caos.
Em 16 de Junho de 2009, enviei um e-mail à empresa municipal acima referida dando conta da situação e dizendo, entre outras coisas o seguinte:
Por outro lado, ainda, seria de todo conveniente - exclusivamente por razões de segurança - que os acessos ao parque estivessem libertos de estacionamento caótico e indescrimindado de ambos os lados das vias.
Se, longe vá o agoiro, houver um acidente grave ( um incêndio, por exemplo ) em que sejam necessários o acesso rápido de meios de socorro como bombeiros ou outros, ocorrerá, por certo, uma TRAGÉDIA DANTESCA.

...mas, espero, façam sentir às autoridades responsáveis pelo trânsito a necessidade de, ràpidamente, estabelecerem regras para disciplinar tal caos.

Claro que, até hoje, nada foi rigorosamente feito, como ainda esta manhã pude constatar. Continua tudo como dantes... Vem aí outro Verão.
Será necessário que ocorra mesmo um grave acidente para depois, à boa maneira portuguesa, virmos todos chorar babo e ranho...
Será que as autoridades competentes já se aperceberam da verdadeira situação? Certamente, não!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Coincidência, ou talvez não...

Chamo a atenção do leitor mais desprevenido que, qualquer semelhança com o que se passa na actualidade, não é mera coincidência.

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."

Guerra Junqueiro, 1896.

Que tal? Até parece um artigo de opinião publicado hoje.

domingo, 30 de maio de 2010

Nota de Abertura

A criação deste blogue tem sido uma decisão sempre adiada. Hoje, por razões que não interessam, resolvi dar-lhe visibilidade. Não sei se com uma quotidiana assiduidade, se sempre que sentir alguma necessidade de escrever sobre qualquer coisa. Espero abordar alguns temas que possam agradar aos possíveis e desejados leitores. Para já, sejam bem-vindos todos os que por aqui passarem. Desejo que sintam curiosidade e voltem. Por hoje, como nota de abertura, é tudo.