sexta-feira, 4 de abril de 2014

Pensamento...

“Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la. Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.”



quarta-feira, 2 de abril de 2014

Para acabar com estas jornadas de poemas e poetas, deixo um poema de Trindade Coelho:


"PARÓDIA AOS LUSÍADAS

Os grandes paspalhões assinalados, 

Que nas reuniões da Academia 
Foram solenemente apepinados 
Por sua telha ou sua fidalguia, 
Que nas guerras das mocas esforçados 
Mais do que a força humana permitia 
No Teatro Académico asnearam 
Tolices de que todos se espantaram;

E também as façanhas gloriosas 

Dos Cabrais e Waldecks e quejandos, 
Que à noite, com as vozes mais fanhosas, 
andam o nível a pedir em bandos; 
E as diabólicas fúrias deliciosas 
De certos quintanistas memorandos, 
Cantando espalharei por toda a parte. 
Há-de-se rir o mundo até que farte.

Ó musa da ironia e da arruaça, 

Que tens excepcionais o gesto e o peito, 
Vira-te para mim e põe-te a jeito 
De inspirar um poema de chalaça; 
Quero um poema esplêndido, perfeito, 
Que vos celebre e que subir vos faça, 
Num pulo só, da glória à mor altura, 
Cavaleiros da mais triste figura!

Haviam sido há pouco apepinados 

Os meus heróis, que andavam murmurando 
Que na Trindade ou para aqueles lados 
Se estava contra eles conspirando, 
Quando uma noite andando endiabrados 
Pela Feira sobre isto conversando, 
Uma moca que os ares escurece 
Sobre as suas cabeças aparece.

Viu-se o Waldeck! Vinha carregado 

Com a moca que pôs a todos medo. 
"Ai rapazes!, bradou, venho estafado 
Qual se trouxesse às costas um rochedo! 
Deixai-me descansar só um bocado 
Para depois contar-vos um segredo." 
E diziam os outros: "Co'esta moca 
'Stamos seguros, pois ninguém nos toca."

Trindade Coelho "in illo tempore" 


terça-feira, 1 de abril de 2014



No dia de hoje - dizem que das mentiras - este soneto:


"Mentiras
"Ai quem me dera uma feliz mentira
que fosse uma verdade para mim!"

J. Dantas
Tu julgas que eu não sei que tu me mentes
Quando o teu doce olhar pousa no meu?
Pois julgas que eu não sei o que tu sentes?
Qual a imagem que alberga o peito meu?
Ai, se o sei, meu amor! Em bem distingo
O bom sonho da feroz realidade…
Não palpita d´amor, um coração
Que anda vogando em ondas de saudade!
Embora mintas bem, não te acredito;
Perpassa nos teus olhos desleais
O gelo do teu peito de granito…
Mas finjo-me enganada, meu encanto,
Que um engano feliz vale bem mais
Que um desengano que nos custa tanto!"
Florbela Espanca - in "A mensageira das violetas"