quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Mensagem para o Novo Ano 2011

"O pessimista queixa-se do vento. O optimista espera que ele mude. O realista ajusta as velas".
William George Ward

Que não nos falte coragem e força para enfrentar as dificuldades que se avizinham...
Apesar de tudo, desejos de um 2011 o melhor que puder ser.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ENSITEL

Com que então, querem tapar a boca à malta ???...

Só para dizer que nunca comprei o que quer que fosse na Ensitel. E, depois do que tenho lido por aí, não será agora que irei comprar. Ignorarei, olìmpicamente, que existe uma empresa com tal nome. E, quem me ler, faça o favor de agir da mesma forma.

sábado, 13 de novembro de 2010

Uma tirada de 'Mestre'

A consciência de um larápio

Contaram-me, há pouco, esta verdade que, não fora a credibilidade que me merece quem a contou, poderia parecer uma história da Carochinha.
Há tempos, durante um assalto a uma dependência bancária, algures no Algarve, os larápios além do dinheiro que tinham tirado doBanco, pediram aos circunstantes para largarem também todo o que tinham. Um dos circunstantes, um homem das profundezas rurais algarvias, acercou-se de um dos larárpios e disse-lhe:
- Por favor, tenha dó, este dinheiro que ia depositar é tudo o que tenho. Na me roube, por favor.
Não é que o larápio pegou no dinheiro do velhote, acercou-se do Caixa (que, coitado, estava apavorado) e disse-lhe:
- Tome lá. Fique lá com este dinheiro e carimbe o talão de depósito ao velhote que provará que ele fez o depósito. De seguida, dê para cá a 'guita'.

E assim, um larápio consciente, não roubou o velhote.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

notícias

Duas notícias para meditar:

1 - "Uma investigação da Universidade de Pittsburgh, nos E.U.A., sugere que caminhar pelo menos nove quilómetros por semana ajuda a proteger o cérebro e a conservar a memória."

Face à notícia, toca a andar, a fim de nos mantermos com a 'mona' em boas condições...

2 - A revista "Lancet", alertou para o perigo de um novo tipo de bactérias, com o gene NDM-1, resistente aos antibióticos mais poderosos, e para o risco de uma epidemia mundial."

Embora tendo em conta o prestígio da revista referida, será que estamos perante algo parecido com a 'atoarda' da gripe A? De qualquer maneira, parece-me ser uma notícia deveras alarmante.

Notícias respigadas da "Sábado" de hoje.

domingo, 17 de outubro de 2010

recadinhos... (II)

Mesmo a propósito...

Uma frase de sir Winston Churchill que me ocorreu:

"The pessimist sees difficulties in every opportunity. The optimist sees the opportunity in every difficulty."

Tradução minha:

"O pessimista vê dificuldades em qualquer oportunidade. O optimista vê a oportunidade em qualquer dificuldade."

Que melhor frase para definir o palavreado do PM e seus acólitos ( ministros, etc.)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Outros escritos... (III)

É preciso ter uma grande latosa...

Quando lemos ou ouvimos comentários como os que reproduzo, nem sei que pensar:

"Não são sacríficios incomportáveis. O povo tem de sofrer as crises como o Governo as sofre."
Almeida Santos dixit...

Das duas uma, ou este senhor já não pensa nem sabe o que diz, ou está atacado de alguma doença muito, muito grave...

Mais:

"Estamos todos a apertar o cinto, e os deputados são de longe os mais atingidos na carteira."
Ricardo Gonçalves, deputado do PS

Este tem uma solução bem simples, para não lhe atingirem a carteira: desiste do mandato e pronto. Acaba-se o sofrimento...

A sério, a sério: ou nos aparece por aí, ràpidamente, um novo Sebastião José, ou estamos bem tramados (apeteceu-me tanto dizer lixados, f......)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Outros escritos...(II)


Mais impostos, mais aumentos... É preciso é ter descaramento.

E agora? Como sempre, vamos pagar e ficar de cara alegre? Continuam a brincar com a 'malta' e a 'malta' a deixar...
Antes de mais nada: não se esqueçam de, nas próximas eleições, votar nesta socrática rapaziada.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Outros escritos... (I)

Ginjinha com cheirinho...

Não é piada, não. É bem real...
Manhã, cedinho, tinha a Paula acabado de abrir a porta do seu Café (bem perto da minha casa), entra o primeiro cliente.

- Bom dia.
- Bom dia, faz favor ...
- Quero uma ginjinha com um cheirinho.
- Desculpe?
- Ah, não sabe o que é?
- Não, não sei... nunca me pediram algo assim. Se fosse um café com cheirinho, sabia...
- Pois, é isso mesmo! Ginjinha com cheirinho é uma ginjnha com um cheirinho de bagaço.

Comentário meu: Que linda (?) maneira de começar o dia. Será que dá energia para encarar todas as dificuldades e peripécias de um dia longo, com optimismo? Se calhar... quem sabe?

domingo, 29 de agosto de 2010

recadinhos... (1)

A propósito de gentinha...

Há por aí bloggers aborrecidos porque alguns 'mirones' visitam os blogues deles mais vezes que eles próprios, dizem. E apelidam esses visitantes de gentinha, etc. e tal. Ameaçam até desistir da blogoesfera por causa disso.
Julgava eu, na minha fraca capacidade de entendimento, que os blogues poderiam ser visitados por quem quisesse, as vezes que entendesse. Afinal, parece que não... Mas, permitam-me que o diga, será que bloggers destes farão falta?
Ainda se tivessem razões de queixa, como por exemplo: comentários deselegantes, ofensivos e/ou malcriados, ou mal-intencionados, poderia perceber. Agora assim, só por que - dizem - os visitam muitas vezes, parece-me algo de irreal.
Se calhar, os que assim se queixam, são os mesmos que deixam comentários anónimos nos blogues dos outros.
Pergunto: o que será pior? Visitar muitas vezes o mesmo blogue, ou deixar comentários anónimos?
Ele há por aí cada um...

sábado, 21 de agosto de 2010

Reflexões...(6)

Nas minhas leituras deparei com este texto que, apesar de ter sido escrito no século I dC, me pareceu tão actual. Li com todo o cuidado e, não me restam dúvidas, é uma lição sobre como deveremos relacionar-nos com os outros...

"Nas relações humanas o perigo é coisa de todos os dias. Deves precaver-te bem contra este perigo, deves estar sempre de olhos bem abertos: não há nenhum outro tão frequente, tão constante, tão enganador! A tempestade ameaça antes de rebentar, os edifícios estalam antes de cair por terra, o fumo anuncia o incêndio próximo: o mal causado pelo homem é súbito e disfarça-se com tanto mais cuidado quanto mais próximo está. Fazes mal em confiar na aparência das pessoas que se te dirigem: têm rosto humano, mas instintos de feras. Só que nestas apenas o ataque directo é perigoso; se nos passam adiante não voltam atrás à nossa procura. Aliás, somente a necessidade as instiga a fazer mal; a fome ou o medo é que as forçam a lutar. O homem, esse, destrói o seu semelhante por prazer. Tu, contudo, pensando embora nos perigos que te podem vir do homem, pensa também nos teus deveres enquanto homem. Evita, por um lado, que te façam mal, evita, por outro, que faças tu mal a alguém. Alegra-te com a satisfação dos outros, comove-te com os seus dissabores, nunca te esqueças dos serviços que deves prestar, nem dos perigos a evitar. Que ganharás tu vivendo segundo esta norma? Se não evitas que te façam mal, pelo menos consegues que te não tomem por tolo. Acima de tudo, porém, refugia-te na filosofia: ela te protegerá no seu seio, neste templo sagrado viverás seguro ou, pelo menos, mais seguro. Não dão encontrões uns nos outros senão os que caminham pela mesma estrada. Não deverás, todavia, fazer alarde da tua filosofia; muitos dos seus adeptos viram-se em situações perigosas por a praticarem com excessiva altivez e obstinação. Usa-a tu para te livrares dos teus vícios, não para exprobares os dos outros. Que ela te não leve a viver ao invés de todos os demais, nem a parecer condenar tudo aquilo que não praticas. É possível ser sábio sem jactância e sem provocar hostilidades."

Séneca, in 'Cartas a Lucílio'

sábado, 14 de agosto de 2010

A propósito...

A propósito dos incêndios que, desgraçadamente, têm contribuido para tantas desgraças e tragédias: bombeiros mortos (paz à sua Alma e que descansem tranquilamente lá por onde estiverem), casas e haveres de pessoas que têm ardido e as deixaram, infelizmente, em grave situação; hectares e mais hectares de floresta ardida... disse a ministra do Ambiente: "o dispositivo prèviamente organizado na Primavera (para combate aos fogos) está a funcionar bem" e que tem havido alguns ajustes quando há casas em perigo.
Então, senhora ministra, se foi tudo tão programado, não era de prever que iriam haver casas em perigo?

Se não fosse tudo tão trágico, a afirmação da ministra era uma anedota de nos fazer rir a bandeiras despregadas.

A propósito das pessoas operadas à vista naquela espécie de clínica de Lagoa que, infelizmente, perderam ou estão em vias de perder a vista, li nos jornais que a referida pseudo clínica de um cidadão holandês, não tinha - apesar das inúmeras intervenções cirúrgicas efectuadas, um bloco operatório. Por onde têm ou terão andado as autorizades fiscalizadoras?

Mais uma vez, se não se tratasse de um assunto tão sério e lamentável (a perda de visão), teriamos mais uma anedota que nos faria rir até não poder mais.

Conclusão: Mais uma vez, somos obrigados a reconhecer que, quer queiramos, quer não, nada funciona bem neste pobre País ...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Viva a preguiça...

“O preguiçoso é um relógio sem corda”. Jaime Balmes

Reparei, há pouco, que há mais de quinze dias não escrevo nadinha no blogue. Não por que os meus escritos sejam importantes, mas pelos visitantes que, por certo, se sentiram frustrados por não encontrarem nada de novo. Na verdade, não me tenho sentido motivado ( e, para além de uma certa preguiça estival, esta ‘mona’ tem andado perdida em pensamentos e lembranças …) para escrever seja o que for. Não por falta de assunto, claro.

Desde os últimos desenvolvimentos (ou recuos?) do caso Freeport até aos fogos que não há maneira de pararem; e darem algum descanso aos abnegados bombeiros que, mesmo com a habitual falta de meios, ( a propósito: por onde tem andado o senhor ministro da Administração Interna?) não deixam de ser autênticos heróis na imensa e árdua tarefa de socorrerem e salvarem pessoas e bens. Bem hajam.

Mas, infelizmente, os fogos e não só, são fruto de toda uma falta de organização que impera neste pobre País. Na verdade, porque não se obrigam os proprietários (incluindo o próprio Estado) a proceder à limpeza e prevenção das zonas florestais?

Será assim tão difícil? Ou, à boa maneira lusa, deixamos correr as coisas e, depois; bem, depois, choramos sobre o leite derramado…

Quando será que haverá coragem para tomar medidas drásticas de prevenção?

Isto para não falar do armazém (?) de uma empresa com as responsabilidades da Portucel que, apesar de situado perto de uma zona industrial, etc., nem sequer tinha uma simples boca de incêndio. Que maravilha!… Por onde andarão os responsáveis pela fiscalização das regras de segurança?

Bem, quanto ao Freeport, nem merece a pena falar. As notícias dos últimos dias, nomeadamente as do jornal Público e o artigo de hoje, de José Manuel Fernandes no mesmo jornal, explicam tanta coisa...

Mais palavras? Não vale a pena. Temos, a meu ver, tudo o que a nossa apatia e desinteresse merecem…

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Reflexões (5)...

Ainda sobre a amizade...

Continuam as leituras, as procuras e as meditações (reflexões) sobre a amizade e não só. Leiam, por favor, este belo texto de Arthur Schopenhauer...


"Do mesmo modo que o papel-moeda circula no lugar da prata, também no mundo, no lugar da estima verdadeira e da amizade autêntica, circulam as suas demonstrações exteriores e os seus gestos imitados do modo mais natural possível. Por outro lado, poder-se-ia perguntar se há pessoas que de facto merecem essa estima e essa amizade. Em todo o caso, dou mais valor aos abanos de cauda de um cão leal do que a cem daquelas demonstrações e gestos. A amizade verdadeira e genuína pressupõe uma participação intensa, puramente objectiva e completamente desinteressada no destino alheio; participação que, por sua vez, significa identificarmo-nos de facto com o amigo. Ora, o egoísmo próprio à natureza humana é tão contrário a tal sentimento, que a amizade verdadeira pertence àquelas coisas que não sabemos se são mera fábula ou se de facto existem em algum lugar, como as serpentes marinhas gigantes. Todavia, há muitas relações entre os homens que, embora se baseiem essencialmente em motivos egoístas e ocultos de diversos tipos, passam a ter um grão daquela amizade verdadeira e genuína, o que as enobrece ao ponto de poderem, com certa razão, ser chamadas de amizade nesse mundo de imperfeições. Elas elevam-se muito acima dos vínculos ordinários, cuja natureza é tal, que não trocaríamos mais nenhuma palavra com a maioria dos nossos bons conhecidos, se ouvíssemos como falam de nós na nossa ausência."

in ´Aforismos para a Sabedoria de Vida´

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Reflexões...(4)

Ainda a Amizade...


Tenho, nos últimos tempos, reflectido e lido bastante sobre a amizade e outras questões com ela relacionada. Ontem, deparei com este texto de Will Durant, que decidi aqui deixar para partilha com quem por aqui passar...


"A Solidão não Constitui Alimento, apenas Jejum


Se não temos aptidão para fazer amigos, remodelemo-nos até consegui-la. A solidão só vale como remédio, como jejum - não constitui alimento; o carácter, como Goethe o viu com tanta clareza, só se forma no tumulto da vida. Se nos tornamos excessivamente introspectivos, estamos na senda da perdição, ainda que o nosso negócio seja a psicologia; olhar com persistência excessiva para dentro de nós mesmos é provocar o desastre do jogador de ténis que conscientemente mede a distância, os ângulos e a força dos golpes, ou como o pianista que pensa nos dedos. Os amigos são necessários, não só porque nos ouvem, como porque se riem para nós; através dos amigos conseguimos um pouco de objectividade, um pouco de modéstia, um pouco de cortesia; com eles também aprendemos as regras da vida, tornando-nos melhores jogadores dos jogos que a compõem.Se queres ser amado, sê modesto; se queres ser admirado, sê orgulhoso; se queres as duas coisas, usa externamente a modéstia e internamente o orgulho. Mas o próprio orgulho pode ser modesto, raramente se deixando ver, e nunca se deixando ouvir.Não revelar muita agudeza: os epigramas tornam-se odiosos quando farpeiam fundo a carne; e adoptar como lema o De vivis nil nisi bonum. Nunca provar que um homem está errado; ele não o perdoará nunca. O «nada fazer» é uma das coisas mais preciosas do mundo; frequentemente vale muito o nada fazer, e é sempre uma boa coisa o nada dizer. Ninguém deve mostrar-se ansioso de proclamar a verdade. Aceitando as convenções que a sociedade estabelece, gozamos um pouco de liberdade dentro das suas leis; isso permitir-nos-á tudo, se o fizermos com elegância e não o andarmos a proclamar."

in "Filosofia da Vida"

terça-feira, 6 de julho de 2010

Reflexões... (3)

A Amizade

Ao reflectir sobre a Amizade em geral, sobre as facilidades ou dificuldades de as manter; ao tentar perceber por que razão uma Amizade que parecia tão sólida, tão cheia de força, se desmorona de repente, descobri este texto de Bertrand Russell:

"Se a todos nós fosse concedido o poder, como num passe de mágica, de ler a mente uns dos outros, suponho que o primeiro efeito seria que quase todas as amizades se desfariam. O segundo efeito, entretanto, poderia ser excelente, pois um mundo sem amigos seria sentido como intolerável, e nós teríamos de aprender a gostar uns dos outros sem a necessidade de um véu de ilusão para esconder de nós mesmos que não nos consideramos uns aos outros pessoas absolutamente perfeitas. Sabemos que os nossos amigos têm as suas falhas, e que apesar disso são pessoas de um modo geral aprazíveis das quais gostamos. Consideramos intolerável, no entanto, que tenham a mesma atitude connosco. Esperamos que pensem que, ao contrário do resto da humanidade, nós não temos falhas. Quando somos compelidos a reconhecer que temos falhas, tomamos esse facto óbvio com demasiada seriedade."

in ”A Conquista da felicidade”

Aqui estava, diante dos meus olhos a explicação para tantas interrogações. Maravilha...


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Reflexões... (2)

"A Instabilidade e Imprevisibilidade do Nosso Comportamento


Não deveis estranhar se hoje vedes poltrão aquele que ontem vistes tão intrépido: ou a cólera, ou a necessidade, ou a companhia, ou o vinho, ou o som de uma trombeta, tinham-lhe incutido coragem. Não se trata de uma coragem que a razão haja modelado; foram as circunstâncias que lhe deram consistência; não espanta, pois, que circunstâncias contrárias a tenham transformado.
Esta tão flexível variação e estas contradições que em nós se vêem, fizeram com que alguns imaginassem termos duas almas, e que outros supusessem que dois poderes nos acompanham e agitam, cada qual à sua maneira, um tendendo para o bem, o outro para o mal, já que tão brutal diversidade não poderia atribuir-se a uma só entidade.

Não somente o vento dos acidentes me agita consoante a direcção para que sopra, mas, ademais, eu agito-me e perturbo-me a mim próprio pela instabilidade da minha postura; e quem, antes do mais, se observar, nunca se achará duas vezes no mesmo estado. Confiro à minha alma ora um rosto ora outro, conforme o lado sobre que a pousar. Se falo de mim de diferentes maneiras é porque de maneiras diferentes me observo. Toda a sorte de contradições se podem encontrar em mim sob algum ponto de vista e sob alguma forma. Envergonhado, insolente; casto, luxurioso; tagarela, taciturno; duro, delicado; inteligente, estúpido; irascível, bonacheirão; mentiroso, veraz; douto, ignorante; generoso, avaro e pródigo: tudo isto vejo em mim de algum modo, conforme para onde me viro. Quem quer que se estude a si próprio muito atentamente, encontra em si, e até no seu mesmo juízo, igual volubilidade, igual discordância. Não há nada que eu possa dizer de mim numa só palavra de modo absoluto, único ou inabalável, sem incluir mesclas ou misturas."

Michel de Montaigne, in 'Ensaios - Da Inconstância das Nossas Acções'

domingo, 4 de julho de 2010

Reflexões...

Nós e os outros…

Por que será que, todos nós ou quase, quando nos sentimos desencantados e/ou decepcionados, tentamos, mesmo sem razão, culpar - quase sempre - os outros?

Por que será que, todos nós ou quase, tentamos culpar os outros das nossas próprias frustrações?

Por que será que, quase sempre, quando a vida nos corre mal, tentamos sempre convencer-nos, que a culpa é dos outros?

Não interessa nada que tenham o direito de se defenderem. Culpam-se, e pronto! Caso arrumado… Parece que, cada vez mais, cada um se acha dono da razão e da verdade e acabou-se!

Deixar os outros defenderem-se, para quê? A decisão está tomada e é irreversível…

Depois, queixamo-nos que a Justiça não funciona. Como poderá funcionar, se logo ao nível individual, não permitimos que funcione?

terça-feira, 29 de junho de 2010

Mundial de Futebol

Portugal 0 - Espanha 1

Sr Prof Carlos Queiroz,

Por favor, vá para outro lado! Deixe de ser seleccionador nacional. Vá aprender alguma coisa sobre táctica e depois, se ainda tiver idade para isso, volte...

Para si, o importante é perder por poucos. Viu-se ao longo dos jogos mais difíceis. Por isso, deixe os adeptos e os amantes do futebol em paz.

Por que razão, neste País, seja no que for, são sempre os menos capazes a dirigir, a mandar, a tomar decisões?

domingo, 27 de junho de 2010

Coisas do futebol e não só...

Alemanha 4 – Inglaterra 1

Por estas e por outras, é que o futebol, me é mais ou menos indiferente.

Na verdade, graças a um “jeitinho” do árbitro de seu nome Jorge Larrionda, cidadão uruguaio, ao invalidar um golo perfeito e limpinho de Frank Lampard, - segundo as imagens e os comentadores, a bola esteve bem meio metro para lá da linha de golo - a Inglaterra viu um resultado de 2-2, transformar-se, com o decorrer do jogo, num pesadelo final: 4-1

Perguntar-se-á, se o senhor árbitro tivesse interpretado correctamente as leis do jogo como lhe competia, qual teria sido a verdadeira evolução e o real resultado do jogo? Infelizmente, nunca o saberemos.

Tal como nunca saberemos, o que noutros campos para além do futebol, sucederia se não acontecessem certos “jeitinhos” em benefício de alguns… quase sempre, ou sempre, os mesmos...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

As Palavras...

Nestes tempos que vão correndo, em que as palavras parecem nada valer, de tão mal ouvidas ou ignoradas que são, resolvi partilhar com quem me ler, este poema de Eugénio de Andrade:

" As palavras

São como um cristal,

as palavras.

Algumas, um punhal,

um incêndio.

Outras,

orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.

Inseguras navegam:

barcos ou beijos,

as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,

leves.

Tecidas são de luz

e são a noite.

E mesmo pálidas

verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem

as recolhe, assim,

cruéis, desfeitas,

nas suas conchas puras?"


Espero que ao lerem este poema, ele sirva, de alguma maneira, para meditarem sobre tanta coisa que por aí se diz... Algumas muito, mesmo muito importantes, outras, nem tanto...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Meditações...

"Os homens existem uns para os outros; logo, ou os ajudas a melhorar ou os suportas.
Penetra na razão de cada um e deixa também que cada um penetre na tua razão.
O melhor modo de nos vingarmos é não nos assemelharmos a quem nos faz mal.
O que não é bom para o enxame não é bom para a abelha.
Hoje saí de todas as dificuldades; ou melhor, expulsei todas as dificuldades, pois elas não estavam no exterior, mas no interior, nas minhas opiniões.
Apagar o que vem da imaginação; reprimir os impulsos; eliminar os apetites; ater-se por si mesmo à razão.
Quem ama a fama faz a sua felicidade depender dos outros; quem ama o prazer faz a sua felicidade depender das suas próprias sensações; quem é inteligente faz a sua felicidade depender dos seus próprios actos.
Que as coisas futuras não te preocupem. Chegarás a elas, se tiver de ser assim, levando a mesma razão que agora usas para as coisas presentes.
Não te juntes aos outros nas lamentações nem nas emoções violentas.
Explora-te por dentro. É dentro que está a fonte do bem e ela pode jorrar sempre, se a explorares sempre.
Homem nenhum te impedirá de viver segundo a razão de tua natureza; nada te acontecerá contra a razão da natureza universal.
Procura a verdade, pela qual nenhum homem jamais foi ferido.
Mantém-te simples, bom, puro, sério, livre de afectação, amigo da justiça, temente aos deuses, gentil, apaixonado, vigoroso em todas as tuas atitudes.
Luta para viver como a filosofia gostaria que vivesses.
Reverencia os deuses e ajuda os homens.
A vida é curta."
(Marco Aurélio, Meditações)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Solstício de verão...

No dia da passagem de mais um solstício, que assinala o início do Verão, veio-me à memória uma visita a Stonehenge que, segundo parece, começou a ser construída cerca de 3.100 anos aC e se destinava a rituais religiosos. É um monumento espectacular e tem pedras que pesam cerca de 50 toneladas cada uma. De qualquer maneira, parece que a disposição dos anéis internos e externos têm algo a ver com alguns movimentos do Sol e da Lua. É considerado Património da Humanidade.

Photo of Stonehenge, Wiltshire. Part of the UK Travel and Heritage Image Library from Britain Express, Wiltshire Collection. These photos were taken in mid summer (the week after the summer solstice). A small group of us obtained permisssion to access the stone circle outside regular opening hours, and were able to walk among the stones - a real treat not available to regular visitors!

sábado, 19 de junho de 2010

S.Exª. D. Cabovisão

Ontem, às 19 e 45, houve uma falha de corrente eléctrica. Passada cerca de meia hora ou nem tanto, a EDP repôs, como lhe competia, o fornecimento. No entanto, S.Exª. a D. Cabovisão, fornecedora de TV, telefone e internet, só repôs os seus serviços passadas umas boas três horas. Três reclamações pelo meio e sempre a resposta de que já tinham detectado que havia uma anormalidade que estavam a tentar resolver. Previsão: não sabiam. Claro que, na terceira reclamação, passadas tantas horas sem qualquer serviço, o tom de voz subiu umas oitavas. Resultado: o funcionário que nos atendeu do outro lado do fio, com menos paciência que o reclamante, preveniu: se não baixar o tom de voz, desligo-lhe a chamada. Se bem o pensou, melhor o fez! Conclusão: cerca de quinze minutos de telemóvel para pagar, três horas sem serviços que irão ser pagos como sempre e, da parte da D. Cabovisão, um funcionário que, no mínimo, não tem condições para estar do lado de lá a atender reclamações. Que fazer com esta gente? Mudar para a concorrência? Segundo alguns amigos, será pior a emenda que o soneto.
Desabafo final: será que, neste cada vez mais pobre País, tirando os aumentos de impostos (só para alguns, claro!) já nada funciona em condições? Quem souber, que responda!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Campeonato do Mundo de Futebol

Como sempre, entrámos com os dois pés ao mesmo tempo...

A culpa de mais um resultado nulo, sem graça nenhuma, é de quem?
Do seleccionador que, parece confirmar-se, não entende nada ou entende muito pouco de futebol; ou dos jogadores que não deram o litro nem se esfarraparam todos para, ao menos, terem marcado um golito?
A um leigo em futebol como eu, ainda por cima a uns milhares de quilómetros de distância, parece que as coisas não estão nada bem em termos de organização. Organização da selecção portuguesa, claro!
Onde está o entusiasmo dos jogadores dentro do campo?
Por que razão é que o Sr Professor Queiroz, veios depois do jogo e do empate, dizer que as leis do jogo não são iguais para todos, dado que a FIFA resolveu, através do árbitro, deixar o Drogba usar uma protecção especial para poder jogar?
Será que o dito Sr Queiroz não sabia, que um vice-presidente da FPF tinha afirmado, antes do início do jogo, que Portugal dissera à FIFA nada ter a opor sobre o uso da tal protecção?
E, last but not the least, parece que o caso da lesão do Nani ainda está por explicar.
Haja alguém que esclareça, preto no branco, o que efectiva e realmente se está a passar! Se não, mais uma vez, à boa maneira portuguesa, se a participação de Portugal no Mundial for um fracass0 (longe vá tal ideia), a culpa não será de ninguém... coitada, lá irá morrer solteira outra vez...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A propósito de uma ideia estrambólica... ou talvez não...

Afinal, a ideia era tão estrambólica, tão estrambólica que, até agora, não mereceu qualquer tipo de comentário. Nem sim, nem sopas...
Como a ideia é minha, poderei sempre pensar que é tão boa, tão boa, que ninguém se atreveu a comentá-la. Por pura inveja, imagino...
Mas a sério, a sério, o que é grave mesmo é ninguém ter dito nada.
Na verdade, a falta de um qualquer comentário faz-me pensar que, quer queiramos, quer não, estamos bem pior do que eu imaginava. Ou seja, o comodismo é cada vez mais uma instituição nacional profundamente enraízada.
Nem uma ideia estrambólica ou talvez não... gerou qualquer tipo de interesse nos eventuais leitores.
E eu a pensar que a ideia iria gerar polémica...
Sou mesmo um convencido!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

Uma ideia estrambólica ou talvez não...

Como todos sabemos, as coisas não correm nada bem para o nosso pobre País e, consequentemente, para quase todos nós, Portugueses. O desemprego, as dificuldades de toda a ordem, a luta pela sobrevivência, os impostos, o déficit, não parecem querer ajudar a diminuir, por pouco que seja, as dificuldades da grande maioria. Por culpa do Governo, por certo. Pela conjuntura, também. Por decisões políticas tomadas tardia ou erradamente; por, acima de tudo, particularmente, o Senhor Primeiro Ministro, estar sempre mais preocupado com a sua imagem e as suas convicções (?) do que com as realidades do País, chegámos a um ponto de difícil retorno.

É certo que, neste nosso País, há umas quantas Empresas que, mercê da actuação dos seus Gestores e de acertadas decisões, são de topo e um exemplo de que, afinal, em Portugal, ainda há muita gente que sabe gerir mesmo em tempos adversos e conseguir resultados assinaláveis.

Tenho em mente, de há uns dias para cá, lançar através deste insignificante blogue um repto ou um desafio a esses Senhores: por que não juntarem-se, criarem um Grupo para avaliarem com muito cuidado e atenção a situação real do País e proporem, se tal for possível, ao Senhor Presidente da República, a criação de um Governo supra-partidário, de boas vontades, constituído pelas grandes “carolas” da Gestão para que, durante um período de tempo adequado, ( um ano, dois, ou talvez mais ?) gerirem o País com as regras da boa gestão de molde a colocá-lo, de novo, nos carris do desenvolvimento e do progresso e não nos carris da satisfação das vaidadezinhas dos políticos.

Então, será que este desafio é assim tão descabido? Será algo impossível? Será que os grandes Senhores da Gestão, estarão interessados em ajudar o País?

Poder-se-á perguntar o que durante o tempo dum hipotético Governo como o sugerido, aconteceria aos profissionais da política? Cá para mim, particularmente os dos dois maiores partidos políticos, poderiam aproveitar e fazerem estágios junto dos governantes para participarem nas reuniões do Governo, a fim de aprenderem a tomar decisões, a respeitar os outros e as respectivas opiniões, etc., etc. Certamente, tal estágio, ser-lhes-ia muito útil.

De certeza absoluta que, com o empenhamento desinteressado de todos, sem quaisquer interesses em mente que não fossem os deste pobre País, ganharíamos todos e muito!

Por certo, dentro de algum (pouco, por certo) tempo, começaríamos a ter sinais de que estávamos a entrar no bom caminho.

Se tal não acontecesse, seriamos obrigados a chegar à conclusão que, afinal, não há Gestores neste cantinho à beira-mar plantado e que as Empresas de sucesso o são por mero acaso.

Fica o desafio

domingo, 6 de junho de 2010

Pensar e meditar

O Retiro da Alma

Há quem procure lugares de retiro no campo, na praia, na montanha; e acontece-te também desejar estas coisas em grau subido. Mas tudo isto revela uma grande simplicidade de espírito, porque podemos, sempre que assim o quisermos, encontrar retiro em nós mesmos. Em parte alguma se encontra lugar mais tranquilo, mais isento de arruídos, que na alma, sobretudo quando se tem dentro dela aqueles bens sobre que basta inclinar-se para que logo se recobre toda a liberdade de espírito, e por liberdade de espírito, outra coisa não quero dizer que o estado de uma alma bem ordenada. Assegura-te constantemente um tal retiro e renova-te nele. Nele encontrarás essas máximas concisas e essenciais; uma vez encontradas dissolverão o tédio e logo te hão-de restituir curado de irritações ao ambiente a que regressas.

Marco Aurélio (Imperador Romano), in "Pensamentos"

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Perigos do estacionamento...

Na Praia do Rei, uma das muitas situadas entre a Costa da Caparica e a Fonte da Telha, há um parque de estacionamento pago, gerido pela ECALMA, EM. O acesso ao referido parque faz-se através de um único caminho, de terra, que vem da estrada Costa - Fonte da Telha e que é estreito para tanto tráfego no período de Verão. Este acesso, nos dias feriados, sábados e domingos, é invadido por toda a gente que quer evitar o pagamento do estacionamento no parque pago (€1,20 / dia ou € 0,40/ hora) e estaciona arbitràriamente dos dois lados do referido caminho, tornando o acesso ao referido parque e às praias seguintes um verdadeiro caos.
Em 16 de Junho de 2009, enviei um e-mail à empresa municipal acima referida dando conta da situação e dizendo, entre outras coisas o seguinte:
Por outro lado, ainda, seria de todo conveniente - exclusivamente por razões de segurança - que os acessos ao parque estivessem libertos de estacionamento caótico e indescrimindado de ambos os lados das vias.
Se, longe vá o agoiro, houver um acidente grave ( um incêndio, por exemplo ) em que sejam necessários o acesso rápido de meios de socorro como bombeiros ou outros, ocorrerá, por certo, uma TRAGÉDIA DANTESCA.

...mas, espero, façam sentir às autoridades responsáveis pelo trânsito a necessidade de, ràpidamente, estabelecerem regras para disciplinar tal caos.

Claro que, até hoje, nada foi rigorosamente feito, como ainda esta manhã pude constatar. Continua tudo como dantes... Vem aí outro Verão.
Será necessário que ocorra mesmo um grave acidente para depois, à boa maneira portuguesa, virmos todos chorar babo e ranho...
Será que as autoridades competentes já se aperceberam da verdadeira situação? Certamente, não!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Coincidência, ou talvez não...

Chamo a atenção do leitor mais desprevenido que, qualquer semelhança com o que se passa na actualidade, não é mera coincidência.

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."

Guerra Junqueiro, 1896.

Que tal? Até parece um artigo de opinião publicado hoje.

domingo, 30 de maio de 2010

Nota de Abertura

A criação deste blogue tem sido uma decisão sempre adiada. Hoje, por razões que não interessam, resolvi dar-lhe visibilidade. Não sei se com uma quotidiana assiduidade, se sempre que sentir alguma necessidade de escrever sobre qualquer coisa. Espero abordar alguns temas que possam agradar aos possíveis e desejados leitores. Para já, sejam bem-vindos todos os que por aqui passarem. Desejo que sintam curiosidade e voltem. Por hoje, como nota de abertura, é tudo.