sexta-feira, 25 de junho de 2010

As Palavras...

Nestes tempos que vão correndo, em que as palavras parecem nada valer, de tão mal ouvidas ou ignoradas que são, resolvi partilhar com quem me ler, este poema de Eugénio de Andrade:

" As palavras

São como um cristal,

as palavras.

Algumas, um punhal,

um incêndio.

Outras,

orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.

Inseguras navegam:

barcos ou beijos,

as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,

leves.

Tecidas são de luz

e são a noite.

E mesmo pálidas

verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem

as recolhe, assim,

cruéis, desfeitas,

nas suas conchas puras?"


Espero que ao lerem este poema, ele sirva, de alguma maneira, para meditarem sobre tanta coisa que por aí se diz... Algumas muito, mesmo muito importantes, outras, nem tanto...

1 comentário:

  1. Já li este poema tantas vezes!!
    As palavras são como punhais, e às vezes a sua ausência são também como punhais iguais ou piores.
    :)*

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