terça-feira, 4 de março de 2014

Carnaval...

Neste dia de Carnaval, lembrei-me de vos deixar este soneto.

"Soneto de CarnavalDistante o meu amor, se me afigura 
O amor como um patético tormento 
Pensar nele é morrer de desventura 
Não pensar é matar meu pensamento. 

Seu mais doce desejo se amargura 
Todo o instante perdido é um sofrimento 
Cada beijo lembrado é uma tortura 
Um ciúme do próprio ciumento. 

E vivemos partindo, ela de mim 
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos 
Para a grande partida que há no fim 

De toda a vida e todo o amor humanos: 
Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo 
Que se um fica o outro parte a redimi-lo. "

Vinicius de Moraes, in 'Antologia Poética'
Soneto à parte, espero que, na medida do possível, se  tenham divertido... 

5 comentários:

  1. O amor nunca é patético. Só para quem está de fora.

    Gostei.

    beijo

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    1. Bem-vinda, Pérola. Na verdade, o Amor nunca é patético. Nós, por vezes, é que somos patetas... nem reparamos nele-
      beijo

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  2. E lembrou-se muito bem, António!

    O soneto é belíssimo e não tem nada de carnavalesco. Muito pelo contrário, é um lindo desabafo amoroso que me deixou tão melancólica, como uma quarta-feira de cinzas.

    Bom, então, soneto à parte, eu diverti-me imenso a aspirar e limpar o carro, com a chuva a entrar-me pela garagem dentro.
    Amanhã é dia de trabalho e 5ª feira tenho que ir com ele à inspecção. Uma diversão pegada!

    Um beijo e bom resto de semana.

    Janita

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    1. Janita, não era minha intenção deixá-la tão melancólica... Ainda bem que, apesar da melancolia, gostou. Bom trabalho e sucesso com a inspecção. Um belo resto de semana.
      Um beijo

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    2. Claro, que não era sua intenção trazer melancolia a ninguém, António!

      Não se preocupe...isto já é defeito - ou será feitio? - meu! :)

      Um abraço e um beijo ( como combinado)

      :))

      Janita

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