domingo, 27 de abril de 2014

Descanse em Paz ...

A minha homenagem, bem singela, a um enorme nome da nossa Cultura, Vasco da Graça Moura...

"espaço interiorquando o poema 
são restos do naufrágio 
do espaço interior 
numa furtiva luz 
desesperada, 

resvalando até 
à superfície, 
lisa, firme, compacta, 
das coisas que todos 
os dias agarramos, 

quando 
o poema as envolve 
numa aura verbal 
e se incorpora nelas, 
ou são elas a impor-lhe 

a sua metafísica 
e o espaço exterior 
que povoam de 
temporalidades eriçadas, 
luzes cruas, sons ínfimos, poeiras. "


Vasco Graça Moura, in "Antologia dos Sessenta Anos"

2 comentários:

  1. Olá, António.

    Há pouco mais de um mês falamos aqui em Vasco Graça Moura e ambos escrevemos acerca de o coração deixar de bater.
    Eu acho que referi um verso " Já deixou de ser vermelho um coração que bateu", e o António : " Quando eu morrer segura a minha mão".
    É a segunda homenagem que o António presta a VGM, esta, infelizmente, já é a derradeira.
    Neste momento só me ocorre este excerto de um poema de João de Deus:

    " A vida é o dia de hoje,
    a vida é ai que mal soa,
    a vida é sombra que foge,
    a vida é nuvem que voa;
    a vida é sonho tão leve
    que se desfaz como a neve
    e como o fumo se esvai:
    A vida dura um momento,
    mais leve que o pensamento,
    a vida leva-a o vento,
    a vida é folha que cai!"

    Que descanse em Paz.

    Um beijo e uma boa noite para si, António.

    Janita

    ResponderEliminar
  2. Bom dia, Janita,
    Maravilha de poema.
    Nem sei que mais dizer. Desejo-lhe uma óptima semana, cheia de Sol. Já chega de chuva...
    Um beijo,
    António

    ResponderEliminar